ANTES X DEPOIS, PODE?

Nos dias atuais as redes sociais ganham cada vez mais relevância enquanto instrumentos de trabalho de forma geral, e, não seria diferente para médicos.

No entanto, é de suma importância que os profissionais estejam atentos às limitações éticas no que diz respeito ao tema Publicidade Médica, a fim de se evitar processos éticos disciplinares.

Especialmente no que diz respeito ao famoso “Antes x Depois” a Resoluc¸a~o 2126/2015 do Conselho Federal de Medicina, ratificando a Resoluc¸a~o 1974/2011, confirmou a vedac¸a~o expressa no artigo 2º para´grafo 3º, no que diz respeito a` publicac¸a~o de imagens “Antes x Depois” de procedimentos, seja pelo me´dico ou pelos estabelecimentos de assiste^ncia me´dica, independentemente de haver ou não o consentimento do paciente.

Logo, tal conduta é vedada e constitui infração ética por considerar que publicidade médica dessa natureza é mecanismo de mercantilização da Medicina e auto promoção do profissional.

Porém, uma reflexão se faz necessária diante do contexto real da sociedade em que vivemos: a interpretação dada pelos Conselhos de Medicina à palavra ÉTICA ou FALTA DE ÉTICA é correta em relação a este tipo de publicidade médica?

Ao contrário do que se pensa, a ética muda conforme os costumes do tempo.

Sim, isso é fato. E não pense que tal afirmação seria um devaneio.

Justifico. A origem etimológica da palavra ÉTICA que vem do grego “ethos” significa “caráter”, “costume ou “modo de ser”.

Portanto, ética pela própria etimologia da palavra diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.

Então, partindo-se do pressuposto de que redes sociais servem para seres humanos se relacionarem, se reconhecerem e integrarem se este tipo de publicidade médica é vedada, por que tanta gente faz?

Só vejo uma resposta: correr o risco compensa!

TÁSSIA CAROLINA PADILHA DOS SANTOS 

PÂMELA CRISTINA PADILHA DOS SANTOS